CONTEMPLAÇÃO
DA LUA 2015 |
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REUNIÃO DE POETAS PARA CONTEMPLAR A LUA CHEIA DE OUTONO
E COMPOR HAICAIS SOBRE A OCASIÃO.
2 de abril de 2015
Espaço Cultural Soto-Zenshu
Templo Busshinji
Rua São Joaquim, 285, São Paulo
O QUE FOI
Durante o outono, quando a lua cheia surge de forma esplêndida, os japoneses costumam admirá-la e aproveitam para compor poemetos conhecidos por haicai ou haiku, acompanhados de comida e bebida.
Para os poetas de haicai, a estação do outono tem um significado profundo, de grande introspecção. A lua de outono é um dos temas preferidos deste exercício poético.
Simbolicamente, nesta estação, a lua se mostra mais próxima aos olhos do poeta e, portanto, imensamente grande. Veja como foi em 2014, 2013, 2012, 2011, 2010, 2009, 2008, 2007, 2006, 2005, 2004, 2003, 2002, 2001, 2000 e 1999.
COMO FOI
A Contemplação da Lua foi marcada dois dias antes da lua cheia astronômica em decorrência dos feriados da Semana Santa. Oito poetas compareceram nessa data, encontrando a lua já posicionada no local esperado, no vão entre dois prédios. O céu estava claro, com poucas nuvens que vez o outra se interpunham entre os observadores e o luminar noturno. Em meio à penumbra de um ambiente silencioso, cada um dos presentes, à sua moda, compôs haicais celebrando a ocasião, seja deslizando a pena sobre o papel ou movendo os dedos rápidos sobre a tabuleta eletrônica.
Luz de prata
Sobre os prédios altos.
Lua de outono.
Danita Cotrim
Vejo um pouco torto
O círculo da lua cheia.
Ah!, meus olhos cansados.
Danita Cotrim
Pessoas cabisbaixas
Pensam em seus problemas.
No céu brilha a lua.
Danita Cotrim
"Proibido fumar".
A lua no alto do céu
A todos vigia.
Edson Kenji Iura
Velho conhecido.
Convida a apreciar a lua
O gongo do sino.
Edson Kenji Iura
Quem hoje virá?
À espera de espectadores
A lua no céu.
Edson Kenji Iura
Lanterna chinesa.
A lua acesa flutua
Do lado de lá.
Francisco Handa
A lua desfeita.
Uma pedrada certeira
ao centro do lago!
Francisco Handa
Lua desta noite
me visite em minha casa.
Deixo a porta aberta!
Francisco Handa
Mais clara, impossível.
Até a lua percebe
a tristeza antiga.
Neide Portugal
Que bom ver a lua!
De repente em minhas mãos
as folhas em branco.
Neide Portugal
A sombra passeia
Sob os pés dos poetas...
Lua cheia.
Sergio Baldan
Apaga, escreve...
Conta sílabas, murmura:
Lua cheia.
Sergio Baldan
Em meio ao silêncio
Inesperada visão --
Lua-desta-noite!
Teruko Oda
Apenas os monges
e a lua do templo --
Cadê os amigos?
Teruko Oda
Nenhuma nuvem --
Apenas a noite, o silêncio
e a lua cheia!
Teruko Oda
No templo de Buda
a boiar entre os edifícios --
A lua solitária.
Yusei Viana
Grande lua de outono --
Brilhou o papel em branco
ao vê-la no céu.
Yusei Viana
Velhice chegando...
Tão igual, tão diferente
A lua no céu.
Zekan Fernandes
As bocas caladas
Todos querem escutar
O clarão da lua.
Zekan Fernandes
REALIZAÇÃO
Espaço Cultural Soto-Zenshu (Templo Busshinji). Apoio Cultural: KakiNet