CONTEMPLAÇÃO
DA LUA 2005 |
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REUNIÃO DE POETAS PARA CONTEMPLAR A LUA CHEIA DE OUTONO
E COMPOR HAICAIS SOBRE A OCASIÃO.
24 de março de 2005. 19:00h.
Espaço Cultural Soto-Zenshu
Templo Busshinji
Rua São Joaquim, 285, São Paulo
O QUE É
Durante o outono, quando a lua cheia surge de forma esplêndida, os japoneses costumam admirá-la e aproveitam para compor poemetos conhecidos por haicai ou haiku, acompanhados de comida e bebida.
Para os poetas de haicai, a estação do outono tem um significado profundo, de grande introspecção. A lua de outono é um dos temas preferidos deste exercício poético.
Simbolicamente, nesta estação, a lua se mostra mais próxima aos olhos do poeta e, portanto, imensamente grande. Veja como foi em 2004, 2003, 2002, 2001, 2000 e 1999.
QUANDO FOI
24 de março de 2005, quinta-feira. Horário: 19:00 ÀS 21:00. Devido à lua cheia ter caído durante o feriado da Sexta-Feira Santa, o evento foi adiantado para a quinta-feira.
ONDE FOI
Espaço Cultural Soto-Zenshu -Templo Busshinji. Rua São Joaquim, 285, Liberdade, São Paulo. Próximo ao Metrô São Joaquim.
COMO FOI
Sennin
Desde a manhã, o tempo chuvoso trazia maus augúrios para os amantes da lua. Ainda que o entardecer trouxesse consigo tímidas fendas de azul no céu cinzento, quando a noite finalmente caiu, tudo o que se via no alto era uma tênue claridade, reflexo das luzes urbanas na atmosfera carregada, onde períodos de chuvisco se alternavam com momentos de melhoria. Mesmo assim, os intrépidos haicaístas não se deixaram abater e, com a lua em seus pensamentos, não deram descanso às suas canetas e blocos de notas. Reunidos no Templo Busshinji, os admiradores da lua-que-não-veio celebraram mais uma vez a vida e a amizade num encontro festivo de velhos e novos companheiros.
A lua está ausente.
No silêncio do Busshinji,
só o vento sussurra.
Alberto Murata
Que lua, que nada!
A única luz sobrevoante:
lanterna do helicóptero.
Alberto Murata
Lua sob as nuvens --
O chão molhado reflete
As luzes da noite.
Edson Kenji Iura
À espera da lua
Os amigos abrigados --
Noite de chuvisco.
Edson Kenji Iura
Meu mestre de versos
onde andará esta noite.
Lua que não veio.
Francisco Handa
Lua desta noite.
Consola-me sua ausência
velha namorada.
Francisco Handa
Lua dos poetas.
Daqueles que não vieram
restaram saudades.
Francisco Handa
À espera da lua,
olhos fixados no céu.
Neblina brilhante.
Lávia Menendez
Olhar à espreita.
Escondida pelas nuvens,
a lua de outono.
Lávia Menendez.
Silêncio no templo.
Coberta pela neblina
a lua de março.
Manoel Menendez
No quintal à sombra,
seu chão por iluminar.
Lua cheia de março.
Manoel Menendez
Pescoços erguidos --
Os poetas procurando
A lua escondida.
Neide Portugal
A lua não vem --
De repente a chuva fina
Molhando os haicais.
Neide Portugal
Breve claridade --
A passagem silenciosa
Da lua sem rosto.
Teruko Oda
As luzes do templo
Docemente iluminando
A noite sem lua.
Teruko Oda
Conversa animada --
O calor dos amigos
na ausência da lua.
Teruko Oda
Pequena lua:
A lâmpada acendeu
No escuro prédio...
Valdir Peyceré
REALIZAÇÃO
Espaço Cultural Soto-Zenshu (Templo Busshinji). Apoio Cultural: KakiNet