Boa companhia: haicais
Rodolfo Witzig Guttilla (org.)
Antologia registra a assimilação do haicai pela poesia brasileira
Antologia de haicais (24 autores, 216 haicais). Companhia das Letras, São Paulo, 2009. 192 páginas, 13,5cm x 21cm. Introdução histórica do organizador. Contém bio-bibliografia.
Da contra-capa: “O leitor tem nas mãos uma primorosa antologia de poetas brasileiros que desde o início do século XX adotaram, em algum momento, o haicai — pequeno poema da tradição japonesa — como forma de expressão poética. Além das próprias criações, muitos deles se dedicaram também a produzir inspiradas traduções de haicais clássicos. Rodolfo Guttilla, organizador deste trabalho, faz uma breve e esclarecedora introdução histórica sobre o gênero haicai no Japão e seus surpreendentes desdobramentos no Brasil, onde ganhou, a par das cores locais, um bocado de humor bem brasileiro. Estão aqui reunidos alguns dos melhores exemplos dessas verdadeiras pílulas de poesia concentrada, saídos do estro de artistas como carlos Drummond de Andrade, Mllôr Fernandes ou mesmo Monteiro Lobato — este, aliás, pioneiro no gênero entre nós, já em 1906”.
Amostras:
por uma só fresta entra toda a vida que o sol empresta (Alice Ruiz) |
Num automóvel aberto riem mascarados. Só minha tristeza não se diverte. (Carlos Drummond de Andrade) |
oh, “paus d’arco em flor” bashô, 1º de abril pau-brasil em dor (José Lino Grunewald) |
Soprando esse bambu Só tiro O que lhe deu o vento (Paulo Leminski) |