Cantos em Tardes Azuis: Coletânea de Wakas/Tankas
Francisco Handa
Coletânea de tankas (248 tankas). Prefácio do autor. Textos de orelha e contracapa do autor. Inclui nota biobibliográfica. São Paulo, Telucazu, 2024. 104 páginas, 14cm x 21cm. ISBN 978-85-69708-50-6. Contato: Livraria Kondo.
Da orelha: “Ainda o waka é a forma tradicional de compor versos metrificados em 5, 7, 5, 7 e 7 sílabas/sons. Também é conhecido popularmente por tanka. Quanto à temática, qualquer assunto pode vir a ser parte de sua composição. Por questão de preferência, ou estilo, as quatro estações mereceram a minha atenção. Assim, neste trabalho, as manifestações humanas experimentadas na impermanência das estações foram, por mim, aproveitadas para esse propósito. Conforme a minha observação, as estações, ao se referirem à primavera, ao verão, ao outono e ao inverno, de alguma forma, modificam a nossa experiência, envolvendo o meio ambiente e a sensibilidade de criar uma linguagem poética direta com o mundo vivido no instante. O waka é a linguagem criada no momento no qual se envolve a mente do criador em consonância com a experiência sensorial experimentada”.
Amostras:
Na mesa em que escrevo
rosas enfeitam o vaso
de um aniversário.
A sensação é que as rugas
surgem como ervas daninhas.
Denso nevoeiro
se arrasta pelo Pacífico
não atrai barqueiros
com o sol quase parando
por nuvens a escurecer.
Primavera passa
também passa a minha vida
envolta em fumaça
num ônibus atrasado
sem uma direção certa.
Com nuvens nos pés
avanço nos corredores
do templo em que atuo.
Estes dias de verão
são sonhos que não desperto.