8ª Antologia do Águas de Março

Do prefácio: “Nesta antologia os haijins buscam concentração para irem além do óbvio e do imediato, iniciando e continuando a caminhada sem fim. O participante de corpo e alma ressignifica a existência, criando laços indissolúveis entre o mestre e o aprendiz. Os haicais desta antologia nos fazem sentir a profundidade das ações de Benedita Azevedo junto aos alunos. Mestre naquilo que ensina, Emi (A beleza do seu grande coração) deixa transparecer, não somente a força das palavras e dos ensinamentos, bem como, a educadora de olhares, gestos, atitudes, presença e comprometimento com seu fazer. No Japão, desde as épocas mais antigas, os sons ambientais são apreciados musicalmente. Para descrever o vento, existem em japonês inúmeros vocábulos. Os haicais do ‘Águas de Março’ nos levam a um concerto de muitos instrumentos. A natureza nesta primavera brilha com o cair da chuva fina e incessante, trazendo à memória o enigma zen (koan): ‘Conheces o ruído de uma mão batendo na outra: mas qual seria o som de apenas uma palma?’ Os haicais desta antologia nos levam a perceber o ‘vazio embalado no vácuo'”.