Haicais para Diadorim
Carlos Viegas
Coletânea de haicais (128 haicais). Apresentação de Rodolfo Guttilla. Inclui nota biobibliográfica. Porto Alegre, Bestiário, 2022. 84 páginas, 12cm x 18cm. ISBN 978-65-85039-30-7. Contato: www.bestiario.com.br.
Da introdução: “Mobilizado pela temática rosiana, Viegas decidiu criar um pequeno oratório para celebrar o amor de Riobaldo e Diadorim — personagens centrais de Grande sertão: veredas. Em haicais para Diadorim, o autor entregou-se ao estado de surpresa, dúvida e paixão de Riobaldo e criou uma espécie de diário para celebrar o amor do jagunço por Diadorim (quase um haibun, diário de viagem intercalado por haikus, na tradição japonesa). No caso desse diário, em sua oficina Viegas abdicou da “ausência do eu”, um dos preceitos que devem governar o haijin na composição do haicai. Encadeando cento e vinte e oito poemas, perseguindo as formas abrasileiradas de composição, o autor chegou a composições muito sensíveis, em alguns casos estupendas”.
Amostras:
Ele e eu, nós dois
De amizade estreita
cada um é por si
Ele me deu a mão
Os olhos dele em mim
Deu em cara alma
Este meu segredo
Seus olhos me perturbavam
Tristes de grandeza
Em grandes silêncios
Tomava mais meu afeto
Sorrateiramente