Poemas haikai: de bicicleta em palavras (e fotografias)
Clenio F. Salviano
Coletânea de haicais (62 haicais) e fotografias. Apresentação do autor. Fotografias do autor e de outros. Inclui o ensaio “Haikai e meus poemas haikai”, do autor. Inclui bibliografia. Inclui nota bio-bibliográfica. Campinas, Edição de autor, 2021, 104 páginas, 15cm x 21cm. ISBN 978-65-00-32692-5. Contato: clenio.salviano@gmail.com.
Da apresentação: “Pedalar uma bicicleta, ou andar de bicicleta, por estradas de terra em ambientes rurais nos leva pelos caminhos para o interior, tanto o interior das regiões geográficas quanto o nosso interior. Há seis anos comecei a pedalar com mais intensidade. Há cerca de três anos comecei a pensar sobre o que observava nos meus passeios de bicicleta e refletir sobre o pedalar. Então decidi, há cerca de um ano e meio, registrar o resultado em pequenos poemas estruturados como haikais. Haikai foi praticado originalmente no Japão a partir do século XVII com o poeta Matsuo Bashô. Atualmente é praticado, com variações, em praticamente no mundo todo, inclusive no Brasil. No texto “Haikai e meus poemas haikai”, apresentado no final do livro, eu comento meu aprendizado, meu processo de escrita e algumas análises dos meus poemas haikai, depois de caracterizá-los em relação aos tradicionais. Concluo a caracterização constatando que eles transitam em um espaço entre estar mais relacionado à observação de um instante da natureza, como uma “fotografia em palavras” e, portanto, mais próximo de um haikai tradicional, e ser resultado de reflexões e generalizações sobre o pedalar e, eventualmente, mais distante de um haikai tradicional. Para comunicar esta diversidade, eu os chamo de meus poemas haikai ou, simplesmente, poemas haikai. Meu objetivo com este livro é comunicar estas observações e reflexões sempre relacionadas com passeios de bicicleta e escritos na métrica de haikai: Três versos sendo o primeiro e o terceiro com cinco sílabas cada e o segundo com sete sílabas, contadas como sílabas poéticas.”
Amostras:
Ciclistas passam
refletidos, com imagens
nas poças de lama.
No capim, a árvore
sob um céu azul, nuvens brancas.
É só o que basta.
Galinha e pintinhos.
Paro, espero paciente.
Caminho é deles.
Pedalo. Semeio
em mim, viver o caminho.
Colho gratidão.